"Se Gandhi tivesse nascido no século XXI, certamente já estaria morto de tanto jejuar em manifestação contra o homem"

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O do Brasil é 0,699

Ontem foram divulgados os dados oficiais do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) 2010. O IDH funciona assim: existe uma fórmula que está descrita no Wikipédia para cada um dos três fatores analisados. São eles: Longevidade (expectativa de vida), Escolaridade (tempo de frequência na escola) e Renda (per capta). Por meio das fórmulas, chega-se a 3 valores que são somados e divididos por 3, fazendo, assim, uma média aritmética. Esse valor encontrado sempre será de 0 a 1, no qual 0 é o pior país possível e 1 seria um país utópico (se é que ele é possível).
Então eu tirei um print screen do mapa do mundo com a legenda dos países por classificação de IDH e postei por aí
Analisaremos ele, portanto, agora!
Logo de cara já dá pra perceber que na África, por exemplo, predomina a cor vermelha, que indica IDH baixo. Já na Europa (com exceção de alguns países do leste europeu) e na América anglo-saxônica a cor verde escuro predomina veemente. Assim, sobra a América Latina, quase toda colorida de azul (não sou daltônico, só não sei o nome dessa cor... seria azul turquesa? haha btw), a Ásia, onde nenhuma cor se destaca, e a Oceania, onde acontece a mesma coisa.
Eu poderia passar o dia inteiro falando da infinidade de possível fatores que tornaram os países de IDH elevado tão bem sucedidos, mas ao contrário, falarei sobre o porquê de os países africanos serem tão pobre e esquecidos pelo homem que lá surgiu e lá vai terminar.
Como eu já disse, o homem é oriundo da África. É comprovado cientificamente que os primeiros hominídeos, nossos ancestrais, viviam na África e, ao longo do tempo, alguns se deslocaram para o norte (gerando o povo nativo europeu), outro foram para o leste (que depois viria a constituir a população asiática e os aborígenes australianos, por exemplo) e depois disso outros ainda viriam a, não se sabe exatamente como, atravessar o pacífico pelo estreito de bering ou o atlântico em tempos de glaciação. Bom, o que importa mesmo é que o povo que migrou para o norte e que mais tarde veio a ser chamado de europeu, por algum motivo não muito bem conhecido, conseguiu avanços tecnológicos em ritmos jamais vistos antes em qualquer área do conhecimento, seja arte, astronomia, medicina ou direito. Esse avanço todo possibilitou as grandes navegações que, na minha humilde opinião, foram o berço de tanta desigualdade presente hoje no mundo. Ou melhor, o pensamento do homem europeu ao chegar na América e Oceania, e mais tarde África e Ásia, é que foram decisivos e, talvez, irreversíveis do ponto de vista social para o homem. Quero dizer: não culpo o homem branco por tais eventos, afinal a mentalidade da época era aquela e, para eles, aquilo que faziam era o certo. Tudo bem, talvez um pouco de má indole, mas aposto que nós fazemos hoje tão mal ao nosso planeta e aos outro homens e em uma escala maior do que faziam nossos antepassados.
Os homens brancos ao chegar na América e Oceania começaram a destruir e desmatar tudo! Sem excessão, sem se preocupar e sem talvez até perceber que os recursos naturais se esgotam. Além disso, matavam também indigenas, como nos conhecidíssimos confrontos de espanhóis, com armas de fogo, contra os astecas, com arco e flechas, e a derrota do governante asteca Moctezuma II.
Infelizmente tais massacres além de acabar com vidas inocentes, acabaram com culturas de séculos e com todo e qualquer registro de como era a vida dos povos pré-colombianos, afinal, os europeus fizeram questão de queimar aquilo que não fazia parte da cultura européia. Vale lembrar que os astecas, por exemplo, tinham escrita, numerologia e até avanços medicinais!
Tempos se passaram e os europeus continuavam, de diversas formas, aproveitando-se de sua situação privilegiada e manipulando os outros povos a fim de conseguir lucro e benefícios.
Mas os dois movimentos que mais se aproximam da África em si, e ajudam a entender o porquê de o IDH lá, de forma geral, ser tão baixo é o colonialismo e o imperialismo. O colonialismo era basicamente fazer do território africano uma colonia constante, tirando bens precisos e homens (que iriam para o Brasil, por exemplo, serem vendidos como escravos) com a finalidade de se aproveitar de um povo mais frágil. Um fator que contribuiu para o sucesso europeu lá eram os constantes conflitos entre tribos africanas, que viviam brigando entre si, e que ajudou os europeus, afinal é muito mais fácil dominar um oponente fraco e mal estruturado do que dominar um adversário organizado. Já o imperialismo tem relações diretas com o colonialismo dos séculos 15 e 16, apesar de se passar no século 20. O imperialismo é, basicamente, a conquista da África por diferentes países europeus, em busca de mercado consumidor para os seus produtor, matéria prima e mão de obra barata, afinal, foi justamente nessa época que aconteceram as segunda revolução industrial.
Pode-se observar por meio da história que a África, por ter sido massacrada desde que foi "re-descoberta" pelos seus próprios filhos até hoje, apresenta dados apavorantes de mortalidade infantil, propagação de doenças, expectativa de vida e pobreza extrema. É até difícil imaginar que algo como o que acontece em Darfur existe na terra, mas existe. E mais, não só existe como todos sabemos e nada fazemos a respeito. Não que seja fácil fazer algo, mas... sabe como é. Pois é, não é a toa que Noruega tem 0,938/1 e uma grande parte dos países africanos têm seu IDH abaixo de 0,5

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